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Descomissionamento de Plataformas

O que acontece quando um sistema de produção chega ao fim? Conheça essa atividade!
Plataforma em alto mar da Petrobras. Representa o descomissionamento de plataformas.

Descomissionamento: caminho natural da indústria de Óleo & Gás

Pode parecer o fim de um ciclo, mas é apenas o início de outro, em que, responsabilidade social, eficiência e sustentabilidade criam oportunidades para o futuro

O que é o Descomissionamento?

O descomissionamento consiste em um conjunto de atividades associadas à interrupção definitiva das operações de um sistema de produção e poderá ocorrer quando:
  • A capacidade produtiva dos campos for reduzida, tornando-os economicamente inviáveis.
  • As instalações de produção atingirem o final de sua vida útil.

Um pouco de História

Nossa trajetória offshore começou nas águas de Sergipe e se consolidou na Bacia de Campos

Explorar novas jazidas, desenvolver um campo, instalar uma plataforma e iniciar a produção de petróleo. De forma simplificada, essas são as etapas básicas para o início das atividades de Exploração e Produção (E&P).

1950

No mar de Sergipe, o primeiro óleo

Do campo de Guaricema, a Unidade de Negócio Sergipe e Alagoas realizou uma campanha para celebrar esse marco.

1968

Primeiro Campo

Com a plataforma móvel de perfuração P-I, descobrimos o primeiro campo de petróleo na plataforma continental brasileira, o campo de Guaricema em Sergipe.

1970

Bacia de Campos

Na década seguinte, veio a descoberta da Bacia de Campos, nosso autêntico laboratório de inovações em escala real que nos projetou internacionalmente na exploração e produção de petróleo no mar.

1990

Águas Profundas

Nos dedicamos ao desenvolvimento de campos em águas profundas daquela bacia, até culminarmos na descoberta do pré-sal nos anos 2000, que possibilitou o aumento significativo da produção de petróleo no Brasil.

1950

1968

1970

1990

São mais de 50 anos de jornada offshore. Não é pouca coisa. E, hoje, estamos encerrando as nossas operações em diversos sistemas de produção de óleo e gás.
 
Como os seres humanos, os animais e os vegetais, os equipamentos também têm um ciclo de vida. Não seria diferente com os sistemas de produção de petróleo e gás. Quando se encerram as oportunidades de continuidade operacional de um sistema de produção de óleo e gás, começa o trabalho de descomissionamento desses ativos.

Lembranças e saudades de quem fez parte dessa jornada.

O petroleiro Cairu, que depois foi a P-32, é agora a unidade pioneira no processo de descomissionamento sustentável.
 
O oficial superior de máquinas, Manoel Dutra Vidal, por longos anos, foi um dos tripulantes da P-32. No evento de despedida da plataforma, relatou, com muita emoção e saudade, um pouco do legado da unidade:
Fotografia de plataforma da Petrobras. Representa o descomissionamento de plataformas

P-32, o único dos FPSO's que todos sabiam seu nome: Cairu

Você chegou discretamente na Bacia, ainda inacabada, cuja obra se concluiu na própria locação. De tanta coisa ainda por fazer foi logo apelidada de patinho feio. Mas logo se tornou o cisne da Bacia. Primeira plataforma a exportar petróleo, pioneira na autossuficiência em água potável. E nem sei quantas vezes exportou água destilada para outros FPSO's de Marlim.

Tudo isso foi conquistado por uma equipe espetacular e competente de profissionais que nela embarcaram em todos esses longos anos. E o clima era tão bom, era nossa segunda família!

E quanto você foi importante para todos! Muitos de nós vimos nossos filhos nascerem e crescerem, outros que como eu conheceram as que se tornariam suas esposas. Infelizmente, no caminho tivemos os que foram chamados por Deus. Alguns deles foram homenageados com seus nomes na sala de controle, na planta de produção, no refeitório. Ainda sentimos falta deles!
Com o tempo, alguns se aposentaram e chegaram os borrachas, hoje veteranos e que ainda estão aí neste fim do seu ciclo. E agora me conforta saber que seu destino final será a reciclagem. Como um ser humano que doa seus órgãos para salvar outras vidas, seu aço forte fará parte de novas unidades e você permanecerá viva em cada uma delas. Vá em paz 'velho Cairu'!

Muito obrigado por tudo!

Descomissionamento é obrigação legal.

Nosso compromisso é o de garantir que seja realizado de forma segura, com atenção as pessoas e respeito ao meio ambiente.

É uma atividade que gera valor para a companhia e para a sociedade

O descomissionamento ocorrerá também quando forem implantados projetos de revitalização de áreas, como o que está sendo realizado no campo de Marlim, nos quais os antigos sistemas de produção serão substituídos por novos. 

Além de ser uma exigência estabelecida pela Lei do Petróleo L9478 (planalto.gov.br), o descomissionamento é um compromisso das empresas visando garantir o encerramento das operações de forma segura, ambientalmente adequada e seguindo as melhores práticas de ASG (Ambientais, Sociais e de Governança) da indústria. 

No final do seu ciclo de vida produtivo, os ativos deixam um legado importante para as regiões onde estavam instalados, com relevante contribuição socioeconômica e geração de valor para a sociedade, mas também deixaram histórias, lembranças e saudades.

Mas essa história não acaba aqui. A atividade de descomissionamento é apenas um recomeço. Uma etapa que, embora tenha uma duração muito mais curta que a fase de desenvolvimento da produção, pode movimentar a cadeia produtiva, desenvolver tecnologias e competências técnicas, gerar emprego e renda. Tudo isso, com respeito ao meio ambiente e às populações locais, em um modelo que queremos ser referência na indústria mundial: o descomissionamento sustentável.
Antes da decisão pelo descomissionamento, o que avaliamos?
Antes de decidir pelo descomissionamento, são avaliadas opções voltadas à recuperação da capacidade produtiva dos campos e maximização do valor dos ativos, a exemplo do desenvolvimento de projetos que empregam tecnologias que estimulam a produção ou otimizam o ativo, a revitalização do campo, parcerias estratégicas, ou ainda a venda do ativo. Sempre em linha com o objetivo de gerar valor para a companhia e para a sociedade.
Após a decisão, como planejamos e executamos o descomissionamento das instalações?
Confirmada a necessidade do descomissionamento, planejamos e executamos as atividades seguindo rigorosos padrões de segurança e realizando análise de alternativas de projeto com base em critérios multidisciplinares (ambiental, técnico, de segurança, social e econômico), que permitem comparar soluções e identificar a alternativa de descomissionamento mais adequada. 

Os projetos de descomissionamento são resumidos em um documento chamado Programa de Descomissionamento das Instalações (PDI), que de acordo com a regulação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), deverá ser apresentado cinco anos antes do encerramento das operações de um sistema de produção. 

Os PDIs apresentados pela Petrobras e outras operadoras à ANP estão disponíveis no Painel Dinâmico de Descomissionamento de Instalações de Exploração e Produção — Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (www.gov.br) Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
Além da ANP, quem também avalia os PDIs?
Os PDIs deverão ser avaliados e aprovados pela ANP, Ibama e Marinha considerando as atribuições institucionais de cada órgão. Em síntese, o Ibama analisa as soluções apresentadas do ponto de vista ambiental; a ANP sob a perspectiva técnica, verificando a adequação das propostas às melhores práticas da indústria; e a Marinha observa se as questões afetas à segurança da navegação e garantia dos outros usos do mar.

O PDI de um sistema de produção marítimo abrange diversas atividades, distribuídas em três grandes escopos: (i) plataforma, (ii) poços e (iii) sistemas submarinos.

São exemplos dessas atividades: a limpeza e o condicionamento das plataformas, dutos e equipamentos; o tratamento, a destinação final de resíduos e disposição ambientalmente adequada de rejeitos; o tamponamento seguro e definitivo dos poços; a desconexão e destinação dos sistemas submarinos; e o desmantelamento e reciclagem das plataformas.
Como um projeto de descomissionamento pode ser dividido?
Um projeto de descomissionamento pode ser dividido em 3 grandes sistemas



- Esses sistemas possuem diferentes graus de maturidade de informações para avaliação de alternativas de projeto de descomissionamento bem como cronologias específicas para planejamento e execução de operações.



- A separação do projeto de descomissionamento de cada um desses sistemas em etapas permite mitigar riscos e facilitar sua implantação com a otimização de operações (ganhos de escala).
Que projetos de descomissionamento já realizamos até aqui?
Desde 2013, a Petrobras já descomissionou as plataformas fixas de Cação (PCA-1, PCA-2 e PCA-3), na Bacia do Espírito Santo, as plataformas flutuantes próprias P-7, P-12, P-15, P-27, P-34, na Bacia de Campos, além das plataformas flutuantes afretadas FPSO Piranema Spirit, na Bacia de Sergipe Alagoas, FPSO Brasil, FPSO Marlim Sul, FPSO Rio de Janeiro, FPSO Rio das Ostras, na Bacia de Campos e o FPSO Cidade de São Vicente, na Bacia de Santos.

Descomissionamento: um mar de possibilidades

Apesar de ser um processo em construção, a atividade tem o potencial de desenvolver uma nova cadeia produtiva, gerando emprego, renda e valor para a sociedade

Embora o descomissionamento faça parte do ciclo de vida de um sistema de produção de petróleo e gás, e vários projetos já tenham sido executados no Brasil e em áreas como a do Golfo do México e do Mar do Norte, os desafios ainda são enormes.  

Refletindo o momento atual da sociedade e da Petrobras, ao realizar as atividades de descomissionamento temos por objetivo reduzir riscos operacionais, impactos ambientais, impactos sociais e custos, maximizando a sua sustentabilidade e reforçando os nossos compromissos com Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) e Direitos Humanos. 



Mas este desafio também traz oportunidades.  A principal é o desenvolvimento de uma nova cadeia produtiva, com potencial de gerar emprego, renda e valor para a sociedade. A qualificação da mão de obra e o desenvolvimento da competitividade do mercado nacional são fundamentais para a construção desse novo círculo virtuoso.

Segurança e atenção às pessoas: valores máximos

O descomissionamento é multidisciplinar e multifacetado e pode ser complexo e desafiador em diversas perspectivas. Um dos grandes aprendizados em nossa trajetória foi elevar a segurança de nossas operações como valor máximo. Por isso, nos preparamos também para essa etapa nos apoiando em nossa capacidade tecnológica, em nossas parcerias e na experiência dos players mundiais.   

Há anos estudamos soluções viáveis para atuar de forma segura e responsável no término de nossas operações.  Isso significa depois de decidirmos pelo descomissionamento de um sistema de produção, vamos planejar e executar as atividades, seguindo rigorosos padrões de segurança.   

E não é só isso. Também vamos nos basear em um vasto material de estudos e orientações sobre as melhores práticas da indústria. Como os projetos de descomissionamento no Brasil são relativamente recentes e apresentam particularidades que podem torná-los mais complexos e desafiadores que aqueles já executados no restante do mundo, é fundamental sermos extremamente criteriosos.
  
Além da segurança, a atenção às pessoas envolvidas no processo é igualmente importante. Assegurar que todas as equipes estejam informadas, treinadas e equipadas, promovendo um ambiente de trabalho onde a saúde, o bem-estar e a segurança de nossos colaboradores são prioridades inegociáveis é um dos nossos valores que contribuem para que cada etapa do descomissionamento seja conduzida com o máximo respeito e cuidado com todos os envolvidos.
Duas colaboradoras Petrobras ajustando os equipamentos para trabalhar em plataforma

Melhores práticas

Entendemos que as melhores práticas e lições aprendidas da indústria mundial devem ser consideradas, mas soluções customizadas também devem ser desenvolvidas, garantindo a segurança e o respeito ao meio ambiente. 

Como exemplo, no descomissionamento das plataformas P-32 e P-33, a etapa de desconexão das linhas submarinas foi executada de forma a otimizar as operações e aumentar os níveis de segurança e confiabilidade, dispensando operações de mergulho e reduzindo o tempo de operação do PLSV (Pipe Laying Support Vessel), embarcação especializada no lançamento e retirada de linhas submarinas.

Economia circular

Foto aérea de plataforma em alto mar da Petrobras
O modelo de descomissionamento sustentável está ligado ao conceito de economia circular, que, diferentemente da economia linear, busca a redução do uso de matérias primas e maior aproveitamento de resíduos. Nesse modelo um resíduo pode ser insumo para a produção de novos produtos. Com a reciclagem, a regeneração, a reutilização e a recuperação, os insumos tendem a ter sua vida útil estendida.

O cenário atual mostra que as indústrias estão se adaptando ativamente para enfrentar os desafios, que envolvem a incorporação de práticas responsáveis e sustentáveis em suas operações, visando um futuro mais seguro, eficiente e ambientalmente consciente.

A economia circular desempenha um papel importante nessa adaptação. Muitas indústrias poderão explorar oportunidades de reutilização e reciclagem de materiais provenientes do descomissionamento, transformando o que costumava ser considerado resíduo em novos produtos.

Com esse objetivo, adotamos as diretrizes para destinação sustentável de embarcações, que, prevê, dentre outras ações:
Implementar ações de minimização da geração de resíduos, prevenção de impactos à biodiversidade, além do reaproveitamento de equipamentos e o fomento à economia circular.
Reciclar em estaleiros dotados de soluções tecnológicas que garantam a contenção de contaminantes decorrentes das atividades de desmantelamento, impedindo sua liberação para o meio ambiente.
Levantar materiais existentes na embarcação de modo a garantir a elaboração adequada de um plano de reciclagem pelo estaleiro.
Reciclar a frota de embarcações de forma segura, protegendo o meio ambiente e pessoas que trabalham nos estaleiros de reciclagem.
Considerar os requisitos do Regulamento (UE) n.o 1257/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de novembro de 2013, relativo à reciclagem de navios e que altera o Regulamento (CE) n.o 1013/2006 e a Diretiva 2009/16/CETexto relevante para efeitos do EEE (europa.eu) no caso de estaleiros internacionais e/ou, no caso dos brasileiros, atuar em conformidade com as licenças de operação e com a normas e regras de meio ambiente, segurança e saúde dos trabalhadores aplicáveis, incluindo gerenciamento de subcontratados.
Atuar em conformidade com os compromissos que a Petrobras é signatária, incluindo medidas de controle à corrupção e respeito aos direitos humanos reconhecidos internacionalmente.

Requisitos ASG

Em 2023, foram vendidas, em consonância com essas diretrizes, os FPSOs P-32 e P-33. Nos dois leilões, a empresa vencedora foi a Gerdau S.A, em colaboração com o estaleiro Ecovix.

Além da iniciativa envolvendo o descomissionamento das plataformas, estamos adotando medidas para garantir a máxima sustentabilidade no descarte dos resíduos gerados durante o descomissionamento de linhas flexíveis e umbilicais, que não poderão ser reutilizados em outros projetos. Para isso, a empresa incorporou requisitos ASG (Ambiental, Social e Governança) aos contratos de EPRD (Engenharia, Preparação, Remoção e Disposição) para o descomissionamento de sistemas submarinos.

Com o aumento da demanda de projetos de descomissionamento nos próximos anos, estão em andamento inciativas que envolvem múltiplos stakeholders para estimular e fortalecer rotas de reutilização e reciclagem de materiais, principalmente os relacionados a materiais poliméricos, dentre as quais destacamos:
 
  • Pesquisa e implementação de novas rotas para reutilização de materiais poliméricos provenientes de linhas flexíveis e umbilicais descomissionadas.
  • Criação de incentivos ou benefícios financeiros para a economia circular e logística reversa (por exemplo, utilizando material reciclado de linhas descomissionadas na fabricação de novas linhas).
  • Incorporação da sustentabilidade em novos sistemas de produção, adotando projetos (tecnologias, estruturas ou modelos) que favoreçam o descomissionamento ao final da vida útil.

Reconhecimento Internacional

Fomos reconhecidos como referência pelas suas práticas sustentáveis ao longo de 2023 pela ONG Shipbreaking Platform. A entidade lista e avalia anualmente as condutas referentes aos processos de reciclagem e destinação de resíduos na desmontagem de embarcações de empresas do mundo inteiro.

Grandes Números do Descomissionamento

Você sabia que o Brasil já ocupa a terceira posição no ranking mundial dos maiores mercados de descomissionamento do mundo?

O descomissionamento deve atrair grandes investimentos no mundo nos próximos anos e o Brasil apresenta um dos maiores potenciais nessa atividade. 
A indústria offshore brasileira vislumbra um horizonte promissor de novas oportunidades com o descomissionamento de sistemas de produção marítimos.


Confira alguns números do nosso investimento em descomissionamento
 
Imagem de fundo do banner
Projetamos impulsionar um ciclo virtuoso no país com as atividades de descomissionamento, abrindo novas oportunidades para a indústria offshore, siderúrgica e empresas especializadas em gerenciamento de resíduos. Além disso, a companhia prevê estimular a ocupação de estaleiros e do parque produtivo, bem como o estímulo à economia circular com a destinação sustentável de toneladas de aço, equipamentos e materiais decorrentes das atividades de descomissionamento.

O Brasil possui condições privilegiadas de assumir uma posição de destaque, desde que construa uma visão estratégica de longo prazo para o setor e promova uma ampla coordenação dos agentes públicos envolvidos, onde lacunas regulatórias sejam suprimidas, promovendo um ambiente de segurança jurídica, previsibilidade e estabilidade, capaz de atrair novos investimentos.

Redução de resíduos e reaproveitamento de materiais

O descomissionamento abre imensas oportunidades ao propiciar a reciclagem de toneladas de equipamentos e materiais como aço e polímeros, que são recuperados e podem ser reintroduzidos em novas cadeias produtivas, evitando a fabricação e extração de recursos e o respectivo processamento, evitando impactos ambientais. 

Isso porque, olhar o descomissionamento com lentes de sustentabilidade é ressignificar essa etapa do ciclo de vida da nossa indústria.  Fortalecendo as redes de valor que o descomissionamento é capaz de gerar não apenas para a nossa indústria, mas também para a nossa sociedade.

Nesse movimento, queremos estimular a modernização da indústria, incorporando as melhores práticas internacionais de sustentabilidade. Além de impulsionar a economia circular, essa prática gera oportunidades para utilização e alocação de mão de obra nos estaleiros nacionais.
Estrutura térrea de plataforma de petróleo da Petrobras

Fortalecimento da indústria naval

Para desenvolver todo o potencial da indústria naval nacional associado ao descomissionamento, a atuação isolada de uma única companhia não será suficiente. Será preciso criar uma política de fomento consistente, apoiada em regulamentação, para estimular e perenizar a competitividade do setor, envolvendo todos os atores: fornecedores, estaleiros, empresas, entidades representativas e associações de classe, entre outros.

Além disso, são necessários investimentos em infraestrutura para construção ou adequação de estaleiros com o propósito de receber, processar e destinar plataformas oriundas de descomissionamento.

Com esse esforço integrado, não há dúvida de que o descomissionamento tem todo o potencial para abrir um ciclo virtuoso de investimentos e oportunidades para a economia nacional.
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O nosso propósito é seguir contribuindo para o desenvolvimento e
qualificação do mercado nacional. Para tanto, temos adotado uma série de iniciativas voltadas a ampliar a previsibilidade da nossa demanda ao mercado, com ampla divulgação dos requisitos de sustentabilidade exigidos e o número de unidades a serem recicladas nos próximos dez anos.

Desenvolvimento de Soluções e Tecnologias

Tanto as decisões relacionadas ao planejamento das atividades de descomissionamento, quanto à sua execução e à destinação dos materiais e equipamentos resultantes dessa atividade podem se beneficiar significativamente da Pesquisa, do Desenvolvimento e da Inovação (PD&I), à medida que novas tecnologias e abordagens são desenvolvidas para tornar todo o processo cada vez mais eficiente, seguro e sustentável.

O Brasil possui a oportunidade de se posicionar como uma das referências mundiais no desenvolvimento de novas soluções e tecnologias, voltadas para o descomissionamento, estimulando tanto as atividades de PD&I, quanto a capacitação do mercado nacional, por meio da colaboração entre a indústria, a academia e os órgãos governamentais.

É natural quando estamos percorrendo a curva de aprendizado ter as diversas partes interessadas pensando e construindo soluções conjuntas. Isso é muito importante, porque precisamos ter diversas perspectivas. Precisamos unir as diversas pontas desse complexo ecossistema, que transcende e muito o segmento de óleo e gás.
Como um importante ator neste contexto, nosso Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação, o Cenpes, possui uma Iniciativa Tecnológica, ou seja, um conjunto de projetos, dedicado ao tema descomissionamento.

O Cenpes tem estimulado o desenvolvimento de soluções e a capacitação do mercado nacional visando o descomissionamento dos ativos da companhia. E isso a partir do mapeamento de demandas e de oportunidades da observação do cenário regulatório. Além do contínuo monitoramento das iniciativas desenvolvidas em mercados mundiais, com décadas de experiência no descomissionamento de ativos, como o Reino Unido, e o Golfo do México.

Com ênfase em quatro áreas de conhecimento, a Iniciativa Tecnológica conduzida pelo Cenpes foca no descomissionamento de sistemas submarinos, de poços, e na sustentabilidade das atividades afins, com dezenas de projetos de PD&I, como por exemplo:
 
  • Técnicas e materiais alternativos ao uso de cimento para o tamponamento de poços.
  • Técnicas alternativas para o recolhimento de dutos a partir do leito marinho.
  • Soluções sustentáveis para a destinação final dos materiais e resíduos removidos do ambiente marinho.

Visão de futuro

Ao mesmo tempo, o Cenpes também poderá contribuir com a construção da nossa visão de futuro do descomissionamento, propondo e desenvolvendo novas premissas, materiais, sistemas e infraestruturas que já contemplem, desde o seu projeto conceitual, as características necessárias para seu descomissionamento sustentável, eficiente e seguro.

Por estarem em nosso DNA, a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação são elementos-chave nessa jornada. Continuaremos atuando na superação dos desafios e na captação das oportunidades existentes, investindo nas pessoas e na construção de soluções integradas, sempre de forma segura, responsável e sustentável, para o sucesso e a perenidade da nossa companhia.

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